Matilde Jorge (Foto: ITF)
Novembro 14, 2025

Chuva, pausas e um ponto para a Austrália

A depressão Cláudia continuou inclemente em Portugal, mas do outro lado do globo, em Hobart, na Ilha da Tasmânia, os pingos da chuva também fizeram as suas na estreia da Seleção Nacional feminina frente à anfitriã Austrália no grupo E do play-off de acesso aos Qualifiers de 2026 da Billie Jean King Cup by Gainbridge e foi a Austrália que entrou a ganhar na eliminatória frente a Portugal.

Matilde Jorge (255.ª mundial) foi a primeira das portuguesas a entrar nos hardcourts de Hobart para medir forças com a australiana Kimberley Birrell que entrou no embate a usar a experiência dos 27 anos, do 95.º posto que ocupa no ranking e do facto de estar em casa no Domain Tennis Centre, de Hobart, para se colocar na frente no embate com Matilde Jorge, de 21 anos, que sofreu dois breaks antes de conseguiu inaugurar o marcador (4-1).

A número dois lusa, 255.º mundial de singulares, queixava-se à selecionadora nacional, Neuza Silva, da pressão mas estava a um ponto para fazer o 1-5 (40-15) quando os pingos da chuva suspenderam o encontro na ilha da Tasmânia, pela primeira vez.

Finalista em Chennai, na Índia, e quartos de final em Singapura, a australiana chegou a este play-off depois de somar a primeira vitória em seis encontros de singulares na competição, este ano. Já a vimaranense venceu quatro dos cinco embates que discutiu, em abril, no Grupo Europa/África, disputado em Vilnius, Lituânia, onde só perdeu com Petra Marcinko no desaire de Portugal frente à Croácia.

Neuza Silva (à dta), Francisca Jorge, Matilde Jorge, Angelina Voloshchuk e Inês Murta (Foto: ITF)

No reatamento, pouco mais de uma hora mais tarde, Matilde Jorge fechou o jogo (2-5), deixando a australiana a servir para fechar o set. Só que a pausa fez Birrell perder o ritmo e, dessa forma, permitindo a aproximação da vimaranense (3-5) sob os cânticos entoados pelas compatriotas no banco. No entanto, foi Matilde a enfrentar logo de seguida dois setpoints que anulou, variando o jogo e com um ás fez o 4-5. Todavia, a servir de novo para selar o parcial, Birrell fechou a favor da Austrália.

A servir na entrada do segundo set, Matilde sofreu o break, com a adversária a dar sinais de ter reencontrado do ritmo de jogo. Jorge não se deu por vencida e fez o contrabreak, impedindo o acréscimo de confiança da anfitriã. Com 3-2 no marcador e a australiana a servir (30-0), a chuva voltar a marcar presença, levando a mais uma paragem, para não arriscar competir em pisos escorregadio e, perante a persistência das condições climatérias, um novo regresso aos balneários tornou-se imperioso.

Disputado um ponto, favorável a Matilde (15-30), mais chuva, nova paragem, desta vez rápida para limpar as linhas potencialmente escorregadias. Chegou depois o 3-3 e mais chuva, compensada pela animação do público a dançar e a dar uso aos bombos ruidosos. A chuva também quis participar na eliminatória, originando mais interrupções e o break a Portugal (3-4). Com a quebra consolidada, a chuva também veio para ficar e lá foi imposta nova pausa antes de Matilde Jorge servir para se manter no encontro. O 4-5 surgiu no marcador e Birrell acelerou quando serviu para fechar. Com três match points pela frente, a portuguesa salvou o primeiro, no entanto, um ás de Birrell dava o primeiro ponto à Austrália, com duplo 6-4.