Janeiro 19, 2025

História na Austrália: Borges e Cabral nos quartos de final!

Nuno Borges e Francisco Cabral igualaram Nuno Marques que, em 2000, chegou aos quartos de final do Open da Austrália, com o belga Tom Vandhoudt por parceiro, antes de ser travado pelos Woodies, assim eram conhecidos os australianos Mark Woodforde e Todd Woodbrige, lendários entre os especialistas da variante.

Na madrugada deste domingo, na John Cain Arena, o terceiro palco mais importante do Grand Slam dos Antípodas, os dois olímpicos lusos superaram, com os parciais de 7-6 (7/5), 3-6 e 6-3, a dupla neerlandesa formada por Tallon Griekspoor e Botic Van de Zandschulp que, juntos, contam com um título ATP no currículo, depois da conquista do ATP de Antuérpia, em 2022. Precisamente o ano em que Borges e Cabral deram grande alegria aos portugueses com a vitória no Estoril Open.

Todavia, enquanto os dois amigos lusos, que se conhecem desde os sub-10, totalizam 16 troféus internacional e chegaram a esta partida, tendo igualado o melhor registo em Grand Slam, leia-se a terceira ronda alcançada no US Open, os neerlandeses não têm registos de relevância no Melbourne Park.

Tallon Griekspoor nunca passara da 1.ª ronda da variante, nunca carreira de duplas pautada por nove troféu e dois ATP, ap passo que Botic Van de Zandschulp, que tem 18 títulos nas duplas com o seu nome, nunca foi além da 2.ª ronda no Grand Slam inaugural da temporada.

Nos primeiros 49 minutos, o equilíbrio pautou o set inaugural, com os 18 winners assinados pelos portugueses a perderem expressão face aos erros em maior percentagem do que a dos adversários. Todavia, depois de terem visto quatro setpoints adiados conseguiram fechar o set no tie-break. No seguinte, a sintonia de Borges e Cabral conteve a réplica do par dos Países Baixos até sofrer o break no oitavo jogo, levando a decisão para um terceiro set. Aí, um break prematuro, devidamente salvaguardado, ditou o desfecho favorável aos portugueses, ao fim de 2.02 horas.

“Foi um encontro renhido e muito divertido. Como jogador de pares, não estou habituado a ver estádio grande e cheo de público para ver duplas. Isso deixou-me muito satisfeito”, salientou Cabral na flash interview realizada em court, na qual contou a quem não sabia qual o segredo deste sucesso. “Conhecemo-nos desde os oito ou nove anos, a sintonia é grande e agora vamos tentar ganhar de novo”, vincou o portuense.

Borges, por seu turno, também enalteceu a amizade manifestada num sentido abraço depois de consumado o match point. “O grande segredo é mesmo a nossa amizade, creio que não há nada parecido do que jogar ao lado de amigo e a comunicação torna-se muito mais fácil durante a partida”, salientou o maiato que, sobre o calor, deixou um conselho ao público incansável no apoio. “Vou tentar refrescar os meus pés, estão a ferver. Mantenham-se hidratados”, finalizou o n.º 1 luso.

Também dupla consistente na Seleção Nacional da Taça Davis, Borges/Cabral está, agora, a um triunfo de igualar João Sousa, o único dos portugueses a ter chegado às meias-finais de pares. Aconteceu em 2019 com o argentino Leonardo Mayer. Para tal, os portugueses têm de levar a melhor sobre o vencedor do embate entre os italianos Simone Bolelli/Andrea Vavassori e os espanhóis Pedro Martinez e Jaume Munar.

(Foto: Australian Open)