A quinta vitória consecutiva, desde que há uma semana conquistou o troféu de campeão no ATP Challenger de Madrid, 14.º da carreira neste nível e 29.º no somatório da carreira, Francisco Cabral esteve à altura da condição de dupla principal cabeça de série, ao lado do austríaco Lucas Miedler, ganhando, esta quinta-feira, ao duo formado pelo indiano Anirudh Chandrasekar e o espanhol David Veja Hernandez (com 6-3 e 6-4).
“Sinto-me bem, confiante, era impossível não me sentir assim, depois de vir da conquista de um torneio. Mesmo estando a ser esta uma semana de muita incerteza, com treinos e encontros cancelados. Resta-nos aceitar, porque não há nada que possamos fazer contra isso”, refletiu, resignado, o portuense, 57.º do ranking mundial de pares.
“Muito contente por alcançar mais uma vitória frente a uma boa dupla”, o número um nacional da variante joga, pela terceira semana consecutiva, ao lado de Miedler, parceiro que, afiança, ser para “continuar” esta temporada. “O objetivo é ser uma parceria a longo prazo, algo de que andava a procura há bastante tempo. Felizmente, surgiu a oportunidade de jogar com ele. Somos mais ou menos da mesma idade. Ele tem um currículo muito bom, bastante melhor do que o meu. Portanto, foi uma boa oportunidade para mim. Temos aproveitado da melhor forma. Temos trabalhado e treinado muito e, dentro de campo, os resultados têm surgido”, elogiou Cabral, sublinhando a “boa relação dentro e fora do court” com o austríaco 56.º da ATP (ex-33.º), detentor de sete títulos em duas mãos cheias de finais jogadas no escalão máximo.
“Se Deus quiser, é uma parceria para continuar mais tempo”, vaticina o campeão do Estoril Open e de Gstaad, em 2022, que encontrou em Luís Faria o treinador que lhe faltava no circuito.
“Vai viajar comigo quase todas as semanas do ano. Era o elemento que me faltava desde 2019. Nunca tinha tido um treinador, fazia tudo sozinho. Em 2024, ali a meio do ano, senti-me um bocadinho mais perdido, com menos motivação. O Luís ajudou-me a voltar a estar motivado e a querer ser melhor. Além de super meu amigo, é um excelente profissional e uma boa pessoa. Ajuda-me em todas as frentes. Há outro tipo de coisas que também já estava a custar-me, como planear treinos, sítios para treinar, arranjar parceiros, bolas… Tudo somado, durante quatro anos, já estava a pesar um bocadinho. Tê-lo comigo tira-me um bocadinho dessas responsabilidades. Ajuda-me a focar mais no ténis e em trabalhar para estar na minha melhor versão”, sublinhou Francisco Cabral.
Nos quartos de final, vai defrontar Gastão Elias e Tiago Pereira, vencedores da dupla Siddhant Banthia/Tristan Boyer com 3-6, 6-1 e 10/6. Estão, assim, garantidos portugueses nas meias-finais. Ao contrário dos compatriotas, o olímpico e quartofinalista do Open da Austrália, com Nuno Borges, mantém a aposta feita nos pares. “Se me perguntar qual é o meu sonho, não é ser jogador de pares. Mas continuo 200% satisfeito com a decisão de ir para os pares. Durmo muito bem à noite, com isso. Consigo estar nos melhores torneios do mundo, sou feliz a jogar ténis, a viajar e a conhecer sítios novos. Felizmente tenho corrido bem. Tenho possibilidade de pagar as contas e tudo me corre bem”, asseverou Cabral.
Travados nos quartos de final, ficaram os irmãos Francisco Rocha e Henrique Rocha que cederam 2-6 e 4-6 a Niki Kaliyanda Poonacha e Sergio Martos Gornes.
