O semblante de Frederico Ferreira Silva espelhava o desgaste de 3.35 horas de batalha de três sets discutidos no tie-break, com cinco match points salvos e logo diante de Henrique Rocha, um amigo e companheiro de treino.
Por isso, o discurso do tenista das Caldas da Rainha certificou a mensagem que o rosto transmitia. “Foi um jogo duríssimo, na verdade, tive um bocadinho da sorte do meu lado no segundo set, por nenhum daqueles match points ter caído para o lado dele. Naquela altura, a partida estava mais para o lado dele. Estou contente pela forma como lidei quando a coisa parecia estar terminada. É uma das minhas características fortes, estar até ao fim, consigo puxar mais por mim nessas alturas. Talvez tenha sido um pouco de nervosismo da parte dele para fechar o jogo, aliado a esta quase vida extra que tenho, de conseguir levar a partida para um terceiro set”, analisou Frederico.
Frederico Silva (à esq) e Henrique Rocha (Foto: Beatriz Ruivo/FPT)
Assumindo estar “contente por voltar aos quartos de final de um challenger”, até porque “os pontos dão jeito”, o caldense (307.º) constata que prestações como esta são o garante de poder “fazer coisas interessantes no circuito challenger” onde o objetivo passa por chegar agora às meias-finais.
Mas o desgaste muito grande do encontro ainda dominava o discurso de Kiko. “Foi um desgaste muito grande, muito duro, uma montanha-russa, houve momentos em que jogámos muito bem, outros nem tanto. Já estava no limite e ainda dei um bocadinho extra, desgasta mais, mas é instinto de sobrevivência, damos tudo, tudo, para sacar aquele jogo e ganhar mais uma oportunidade. Podia ter feito tudo isto e ter perdido na mesma no terceiro set”, admitiu o campeão nacional absoluto que vai encontrar, esta sexta-feira, Mckenzie McDonald.
