Dino Molokova Ferreira chegou ao Jamor para ganhar rodagem a treinar-se com jogadores mais cotados e rodados em competições internacionais, e o jovem de 18 anos, do Viseu Royal Tennis Club, acabou por receber um inesperado wild card para o qualifying do Indoor Oeiras Open III, o último episódio da trilogia de ATP Challengers organizados pela Federação Portuguesa de Ténis nos courts cobertos do Complexo Desportivo do Estádio Nacional.
A experiência do jordano Abdullah Shelbayh que, apesar dos 21 anos, é 250.º mundial – Dino não tem ranking – e já conquistou um título Challenger e três ITF, prevaleceu no frente a frente e a estreia do português durou 50 minutos e os parciais de 1-6 e 1-6, deixando Tiago Pereira sozinho na 2.ª ronda do qualifying.
“O resultado não foi o que pretendia, claramente o meu adversário era melhor, dei o meu melhor e o meu resultado foi o que foi”, analisou Dino, que se fez acompanhar pela mãe nascida na Rússia e com ele viveu esta surpresa do wild card. “Fiquei surpreendido, porque pensei que seria dado a outros jogadores, mas quando me telefonaram fiquei muito feliz, claro que aceitei o convite. Tive dificuldade em adormecer, só pensava no encontro, queria mostrar o que sou e estava com muita dificuldade em dormir. No início da partida, sentia-me bastante nervoso, não conseguia pensar com calma, entrei mal na partida. Recuperei um bocadinho, mas o meu adversário já chegou longe em vários torneios e eu estou no início”.
Filho de pai português e mãe russa, é com a progenitora que se faz acompanhar nos treinos em Viseu, onde reside. No entanto, o momento é de decisões e de muitas dúvidas para Dino. “Em princípio, queria mudar, ainda não decidi. Estou a terminar os estudos no secundário e ainda vou ver como correm as coisas. Não me vejo ir para os Estados Unidos, mas talvez ir para algum local de Espanha”, conta Molokova.
“Chegar a profissional” é uma vontade que saiu reforçada desta semana de treinos no Jamor. “Treinei com o Henrique Rocha foi bom, é um tenista excelente, ganhou challenger e jogou em Grand Slam. Tem uma intensidade grande. Também treinei com estrangeiros que são top-200 ou top-300 e é bom para chegar ao ritmo deles, melhoro bastante assim”, sublinhou o fã de Novak Djokovic e Henrique Rocha. “Se não for no ténis, imagino-me… no ténis”, rematou, como quem até sabe o quer quer…