Rui Machado era um selecionador nacional desgastado pelas emoções fortes vividas nesta eliminatória ganha ao Mónaco no quinto encontro, mas o sentimento de missão cumprida prevalecia sobre tudo.
“Foi um dia muito tenso, bastante cumprido, mas acabámos com a vitória, que era o objetivo principal esta semana. Ganhámos esta eliminatória, apesar de ter sido muito sofrida. Saímos daqui com a vitória”, ressalvou o capitão sobre o triunfo na 1.ª ronda do play-off do Grupo Mundial I realizado no Monte Carlo Country Club.
O par formado por Nuno Borges e Francisco Cabral, que deu a vantagem do dia a Portugal, mereceu rasgados elogios de Machado. “Foi um par muito bem jogado contra dois adversários muito bons, que fizeram um bom encontro. O Nuno e o Francisco mostraram, mais uma vez, que são um par que pode jogar contra todos e que, apesar de nem sempre jogarem juntos, estão sempre muito compenetrados e fizeram um belíssimo jogo”, resumiu o capitão.
O desaire de Nuno Borges (37.º mundial) diante de um adversário menos cotado mereceu a compreensão do antigo tenista que bem conhece o mundo à parte que é a Taça Davis. “O Nuno entrou muito bem, mas no início do segundo ‘set’ teve uma pequena quebra de energia que fez com que levasse o ‘break’ e desconcentrou-se um pouco. O adversário ganhou um confiança, voltou a entrar no encontro e, a partir daí, o nunca mais foi o mesmo. É sempre difícil jogar um singular a seguir a um par, com 30 minutos de intervalo. E o par de hoje [domingo] foi bastante intenso, por isso justifica um pouco essa quebra de energia”, argumentou Rui Machado.
“O Henrique começou por baixo nos dois sets, mas teve a capacidade e a garra para ir buscar de volta essas duas partidas e vencer por 7-5 e 7-5, acabando a jogar a um altíssimo nível”, vincou o selecionador nacional sobre o n.º 3 nacional que deu o ponto da vitória a Portugal. “Acho que esteve bastante bem a gerir essa situação, porque estava a jogar, pela primeira vez, um desafio a ‘contar’. Era o último, acho que esteve muito bem a ajudar Portugal a ganhar esta eliminatória”, aplaudiu Machado. No entanto, o portuense, de 20 anos, não é o único a merecer palavras elogiosas do capitão, satisfeito com o futuro da Seleção.
“Tanto o Henrique o Jaime [Faria] ainda são muito jovens, com muita coisa a aprender. O Henrique, nas últimas duas vezes que jogou, obteve duas boas vitórias, uma contra um excelente jogador [Casper Ruud] e outra num encontro importante. Tem mostrado que gosta de jogar Taça Davis. Penso que, tal como o Jaime, no futuro vão ser grandes jogadores de Taça Davis“, rematou Rui Machado.
