As memórias de Henrique Rocha sobre duelos com o georgiano Nikoloz Basiliashvili não podiam ser as melhores, pois foi com o ex-16.º mundial, agora 132.º, do outro lado da rede que o português saboreou o primeiro título ATP Challenger da carreira, em Múrcia, Espanha. E será esse o adversário, também proveniente do qualifying, com quem o portuense, de 21 anos, vai medir forças na estreia em quadros principais do Grand Slam, depois da épica passagem do qualifying em Roland Garros.

Henrique Rocha, que se juntou a Nuno Borges e Jaime Faria, estes últimos com entrada direta, naquela que será segunda vez que Portugal vai ter três tenistas a jogar o quadro principal de singulares, mas a primeira com todos a integrar a equipa de treino do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis.
É um facto que apenas dois – Pedro Sousa e Frederico Silva – competiram no Open da Austrália em 2021, mas só porque João Sousa acabou por não completar o trio por ter testado positivo ao coronavírus, quando já estava de malas prontas para Melbourne.

E se de uma assentada, Henrique ficou a conhecer também o adversário na estreia em quadros principais, o mesmo aconteceu a Nuno Borges. Embora o número um português, 41.º do ranking, já tenha ficado a saber, esta quinta-feira, que o sorteio lhe reservara um oponente oriundo da qualificação na metade inferior do quadro, restava saber quem seria.
Kyrian Jacquet, 151.º mundial, é um francês de 24 anos que o maiato já defrontou e ganhou em 2021 na terra batida espanhola do M15 de Majadahonda, em Madrid. Borges tem a segunda ronda de 2023 como o melhor resultado na quinzena parisiense, mas se entrar com o pé direito, na edição deste ano, está em rota de colisão com o norueguês Casper Ruud, sétimo classificado do ranking mundial. Isto se também for bem-sucedido na estreia o finalista em 2022 e 2023 no pó de tijolo francês e, este ano, campeão no Masters 1000 de Madrid.

Jaime Faria, 155.º mundial, é o único dos lusos a saber, desde o sorteio, o que esperar na estreia na catedral da terra batida. O lisboeta, de 21 anos, que este ano se estreou no top-100 mundial vai encontrar do outro lado da rede Jenson Brooksby, norte-americano que atualmente é 165.º classificado da tabela ATP, na qual foi 33.º em junho de 2022. A renascer das cinzas após lesões, o jogador de 24 anos sagrou-se campeão no ATP 250 de Houston, este ano.
Em 2024, Faria foi travado na última ronda da qualificação em Roland Garros, mas neste percurso ascendente que tem vindo a desbravar, o número dois português provou ter verve para os grandes palcos no Open da Austrália, passando o qualifying e ganhando o primeiro encontro no quadro principal de um Slam, no qual apenas foi travado depois por Novak Djokovic, campeão em título.
Francisco Cabral é o quarto português a jogar em Roland Garros. Mas vai jogar o quadro principal na variante de pares, ao lado do austríaco Lucas Miedler, enquanto Nuno Borges tem parceria firmada com o francês Arthur Rinderknech. Ambos aguardam ainda pelo sorteio dos quadros principais da variante.