Tiago Pereira (Foto: Beatriz Ruivo/FPT)
Novembro 24, 2025

Tiago Pereira: “O ténis é uma escola para a vida”

A desistência do austríaco Lukas Neumayer, sexto cabeça de série, por lesão no tornozelo esquerdo, proporcionou mais um dia de folga a Tiago Pereira no Maia Open. O algarvio, que seria o primeiro português a entrar em ação no quadro principal no derradeiro ATP Challenger 100 da temporada, esta segunda-feira, terá, assim, que aguardar pelo desfecho do qualifying para conhecer o adversário da ronda inaugural da competição promovida pela Federação Portuguesa de Ténis até 30 de novembro, no Complexo Municipal de Ténis maiato.

“Já tinha jogado contra o Neumayer, sabia que seria um jogador bastante duro e estava, de certa maneira, entusiasmado por defrontá-lo. Na última vez, perdi [1.ª ronda do qualifying Oeiras Open 4 em 2024] e gostava de ter outra oportunidade para talvez ganhar. Infelizmente, não vai ser desta vez. Agora é ver com quem vou jogar, espero que seja vantajoso”, vaticinou o tenista de 21 anos, a desfrutar dos sofás do players lounge, depois do anúncio das desistências que também incluíram o espanhol Pol Martin Tiffon.

Tiago Pereira (Foto: Beatriz Ruivo/FPT)

A viver o melhor ranking da carreira, como 260.º mundial, Pereira está empolgado por jogar o Maia Open, independentemente de quem viver a encontrar do outro lado da rede. “Gosto sempre muito de jogar aqui, é um torneio bastante bem organizado e gosto sempre do ambiente. Vem muita gente assistir aos encontros e é sempre divertido competir aqui”, enalteceu Tiago Pereira, “mentalmente mais descansado” por esta ser a última semana da temporada. “Vou continuar a tentar dar o máximo, como dou todos os dias”, ressalvou o número cinco luso.

Com sensação de missão cumprida, no que toca ao ranking – começou 2025 como 516.º mundial –, no qual se propunha chegar ao top-300 ou ficar perto, o tenista luso continua apostado em ir o “mais longe possível” esta semana, mesmo fazendo o balanço positivo de uma época em que disputou sete finais ITF, conquistou um título de singulares, dois de pares e ainda ingressou no circuito ATP Challenger.

“Fico muito feliz com esta temporada, nunca pensei que fosse fazer sete finais num ano e até ganhar uma. Enfrentei vários desafios à medida que o ano foi andando e consegui lidar bem com eles. Foi, de longe, a minha melhor temporada até agora, espero poder fazer melhores no futuro”, comentou, acrescentando: “Na segunda metade do ano tentei apostar nos Challengers e tive um bocadinho de azar. Não correu tão bem como podia ter corrido, mas fico feliz com o meu nível de ténis. Sinto-me bastante feliz com este 2025”, reforçou Pereira cujo sonho passa, “ganhar um Grand Slam ou ser número um mundial, como qualquer outro jogador”.

Tiago Pereira (Foto: Beatriz Ruivo/FPT)

Treinado pelo pai, Pedro Pereira, antigo tenista e há muito técnico, Tiago cresceu no seio do mundo das raquetas, mas é fora delas que o progenitor lhe passou o maior ensinamento. “O meu pai sempre tentou ensinar-me a ser uma boa pessoa e tento sê-lo. Embora considere o ténis uma escola para a vida, das maiores lições que me transmitiu passa por ser bom ser humano, ser melhor pessoa cada dia que passa”, relembrou, com o mesmo orgulho que recorda o primeiro título de singulares vivido com o pai/treinador, em Monastir, o ano passado.

“Conquistar o primeiro título internacional de singulares com ele, significou bastante. Fez-me acreditar em mim de uma maneira diferente, foi especial para ambos partilhar esse momento com o meu pai”, rematou.