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Campeonato Nac. Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto

“Somos uma família que está ficar bastante extensa”

João Couceiro é o bicampeão nacional do ténis em cadeira de rodas e iniciou a defesa do título com os parciais de 6-0 e 6-0 sobre Paulo Silva.

“Tenho vindo a afirmar-me aos poucos, umas vezes ganho, outras perco, mas estes dois últimos anos têm corrido bem, fruto do trabalho desenvolvido no clube e posto em prática nos torneios”, comentou o tenista do CN Ginástica, assumindo ter “treinado com mais afinco para tentar fazer um bom torneio”.

Vencedor de José Sousa com 6-2 e 6-0 para chegar às meias-finais de singulares, o terceiro designado, todavia, não esconde que a supremacia deixada em court não lhe atenua a pressão. “Para este torneio, venho com um peso e responsabilidade enormes, porque venho defender um título e isso traz carga adicional que tenho de gerir da melhor forma possível”, reconhece João Couceiro que vai protagonizar uma luta pelo acesso à final com Carlos Leitão, o mais titulado do campeonato nacional com oito troféus ganhos.

Mais cinco do que Jean Paul Melo, outro dos semifinalistas a par de Francisco Aguiar, neste Nacional que conta com recorde de participantes. Um bom sinal, segundo Couceiro: “A modalidade está em crescimento, estão a aparecer cada vez mais tenistas, o trabalho que tem sido feito nesse sentido e está a dar os seus frutos. As pessoas procuram a modalidade numa vertente mais recreativa do que competitiva, mas depois existem atletas que levam isto mais a sério e tentam enveredar por torneios nacionais e/ou internacionais”, esclareceu o tenista que abdicou de seguir essa via mais profissional.

“Já fiz bastantes torneios internacionais, mas a vida profissional acaba por condicionar as idas ao estrangeiro, apesar do enorme apoio da minha empresa. Percebi até onde consigo ir, não tenho ambição de subir muito no ranking. Por isso, este ano decidi não fazer internacionai, além do de Setúbal, por ser perto de casa e organizado por pessoas espetaculares. Apesar dos preguinhos fantásticos, não tenho jogado no Porto”, contou, entre risos.

E é essa vertente lúdica que se vive entre atletas em cadeira que rodas que fez o bicampeão continuar desde que experimentou em 2017. “Tive o acidente em 1999 e conheci o ténis em cadeira de rodas através do Paulo Espírito Santo. Aqui encontrei não só um benefício físico, porque treinando a condição física melhora substancialmente, mas também porque o convívio com outras pessoas na mesma situação é bastante interessante. Somos uma família que, neste momento, está muito mais extensa do que quando comecei, e eramos sete ou oito.

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